segunda-feira, 6 de abril de 2015

O Corpo – Resenha Crítica

O filme o Corpo, lançado em 2001, dirigido pelo estadunidense Jonas McCord, põe a prova os impactos que a ciência pode gerar através de muitos estudos e descobertas. No caso do filme, a religião é que acaba atingida graças a uma descoberta arqueológica na cidade de Jerusalém. Um corpo datado de 32 d.C. é encontrado e vários estudos apontam que o mesmo pertenceria a Jesus Cristo, a prova concreta acabaria com uma doutrina que perdura por mais de dois mil anos.
O Corpo expande o conflito ciência e religião. (Divulgação)
A crise cristã é mantida em sigilo e Roma logo envia um padre responsável por ajudar na investigação que também tentaria provar que o corpo não era de Cristo. Enquanto isso, judeus ortodoxos tentam interromper a pesquisa, pois consideram todo e qualquer corpo e túmulo como sagrados. Além disso, os palestinos buscam impedir que fosse confirmado o corpo como de Cristo, uma vez que tal veredicto causaria mais conflitos em Jerusalém e a briga política se acirraria, uma nova Guerra Santa poderia ser instaurada.

Em meio ao dilema científico e religioso que a ficção propaga, a arqueóloga Sharon Golban (Olivia Williams) indica ao padre que a ciência iria contra as convicções e ideais religiosos, “[...] os meus fatos vão colidir com as suas convicções religiosas. Não se esqueça disso.” É por meio dessa frase que a análise deve ser discutida, até que ponto a religião pode interferir na ciência? A mesma pergunta vale se invertermos a ordem entre ciência e religião. De um lado temos estudos comprovados e pesquisas analisadas com muita cautela, de outro, é possível observar algo invisível que se torna visível através da fé, “[...] bem-aventurados os que não viram e creram.”

Como resposta na qual ciência e religião podem seguir vivos independente de divergências, o padre Matt Gutierrez (Antonio Banderas) faz um pedido bastante intrigante à arqueóloga que pouco se importa com a religião: “Pediu-me que visse a sua verdade, que eu pensasse como um cientista. Agora, peço-lhe que experimente a minha verdade.” O clamor do padre à arqueóloga desvenda o mistério, tendo em vista uma mescla de ciência e religião para desvendar o caso que o longa metragem prega, é possível acreditar que a coexistência desses dois caminhos é possível.

Nota: 10/10