O filme o Corpo, lançado
em 2001, dirigido pelo estadunidense Jonas McCord, põe a prova os impactos que
a ciência pode gerar através de muitos estudos e descobertas. No caso do filme,
a religião é que acaba atingida graças a uma descoberta arqueológica na cidade
de Jerusalém. Um corpo datado de 32 d.C. é encontrado e vários estudos apontam
que o mesmo pertenceria a Jesus Cristo, a prova concreta acabaria com uma
doutrina que perdura por mais de dois mil anos.
O Corpo expande o conflito ciência e religião. (Divulgação) |
A crise cristã é mantida
em sigilo e Roma logo envia um padre responsável por ajudar na investigação que
também tentaria provar que o corpo não era de Cristo. Enquanto isso, judeus
ortodoxos tentam interromper a pesquisa, pois consideram todo e qualquer corpo
e túmulo como sagrados. Além disso, os palestinos buscam impedir que fosse
confirmado o corpo como de Cristo, uma vez que tal veredicto causaria mais
conflitos em Jerusalém e a briga política se acirraria, uma nova Guerra Santa
poderia ser instaurada.
Em meio ao dilema
científico e religioso que a ficção propaga, a arqueóloga Sharon Golban (Olivia
Williams) indica ao padre que a ciência iria contra as convicções e ideais
religiosos, “[...] os meus fatos vão colidir com as suas convicções religiosas.
Não se esqueça disso.” É por meio dessa frase que a análise deve ser discutida,
até que ponto a religião pode interferir na ciência? A mesma pergunta vale se
invertermos a ordem entre ciência e religião. De um lado temos estudos
comprovados e pesquisas analisadas com muita cautela, de outro, é possível
observar algo invisível que se torna visível através da fé, “[...]
bem-aventurados os que não viram e creram.”
Como resposta na qual
ciência e religião podem seguir vivos independente de divergências, o padre
Matt Gutierrez (Antonio Banderas) faz um pedido bastante intrigante à
arqueóloga que pouco se importa com a religião: “Pediu-me que visse a sua
verdade, que eu pensasse como um cientista. Agora, peço-lhe que experimente a
minha verdade.” O clamor do padre à arqueóloga desvenda o mistério, tendo em vista
uma mescla de ciência e religião para desvendar o caso que o longa metragem prega,
é possível acreditar que a coexistência desses dois caminhos é possível.
Nota: 10/10
Nota: 10/10