Concluindo mais uma épica
saga de Tolkien, Peter Jackson apresenta a Batalha dos Cinco Exércitos, o filme
que fecha o ciclo de Bilbo, Thorin e a companhia de anões que visavam
reconquistar Erebor e se livrar do temido Smaug. A Warner bateu muito na tecla
de que com o fim da saga do hobbit, ela deixaria de produzir histórias sobre a
Terra-Média, mas será mesmo que a produtora vai abrir mão de um de seus
carros-chefe na grade? Duvido bastante, mas a verdade é que o Hobbit dificilmente
deixará o legado ou apresentará o mesmo impacto que o Senhor dos Anéis deixou
no início do novo milênio, Thorin jamais será Aragorn e, quer queira quer não,
Martin Freeman (Bilbo) não chegou aos pés de Elijah Wood (Frodo).
A Batalha dos Cinco Exércitos encerra mais um épico do Tolkien. (Divulgação) |
Pois bem, o filme começa
com Smaug chegando a Cidade do Lago e cuspindo fogo por onde passa, ele destrói
a cidade em poucos minutos, os anões assistem a cena de Erebor, impotentes, sem
poder agir pelo povo do Lago. Em cenas dignas de herói, Bard (Luke Evans)
escapa da prisão, escala o sino da cidade e começa a batalhar contra o dragão.
Junto ao seu filho, o principal representante dos homens na saga consegue a
flecha negra e é certeiro, atinge Smaug que cai sem reação e sentidos, com
apenas 10 minutos de filme, o temido e principal vilão do segundo filme morre,
por que Jackson não tratou de despachar Smaug ainda no segundo filme? Acredito
que ele poderia ter explorado melhor o dragão, mesmo que no livro ele não tenha
uma participação tão grande quanto no filme, afinal, Jackson já mexeu o
suficiente, poderia ter mexido ainda mais.
Após a morte de Smaug, as
raças começam a discutir sobre Erebor, chegam elfos e homens para discutir qual
a parte de cada um, mas Thorin parece obcecado pelo ouro e pela recuperação do
templo do seu avô. Os dilemas são muitos, Gandalf está distante em uma batalha
para lá de mística contra o que no futuro será Sauron, mas a cena do combate de
Saruman, Galadriel e Elrond contra os Espectros do Anel foi algo que é de se
destacar em um filme tão mal produzido em relação a roteiro. A discussão por Erebor
se encerra no momento em que os orcs chegam sem nenhuma intenção de negociar, o
objetivo é matar todo mundo e conquistar a cidade amaldiçoada pelo dragão.
A Batalha dos Cinco
Exércitos ficou melhor no título do que no próprio filme, uma luta completamente
fora dos padrões Tolkien e Jackson, foi uma sequência de batalhas paralelas,
mal feitas e sem nexo, com destaque para a novelinha Tauriel (Evangeline Lilly),
Error – personagem inexistente, e Kili (Aidan Turner), sem falar da mitificação
de Legolas (Orlando Bloom), o personagem que venceu a física no Senhor dos
Anéis, seguiu seu estilo em uma cena sensacional em que ele se apoia nas asas
de um morcego, ou então quando ele salta as pedras que vão caindo no além, é
impressionante! Detalhe: Legolas não é mencionado no livro.
O desfecho da história é
decepcionante, Azog (Manu Bennett), personagem também desconhecido no livro,
trava uma boa luta contra Thorin, terminando com a morte dos dois, Bilbo
praticamente não luta na guerra, mas assiste cada cena e quando tudo parecia
perdido (será que parecia mesmo? Os orcs estavam perdendo feio e a nova manada
do plano de Azog nem parecia assim tão grande, foi sem dúvida a pior guerra
desenvolvida por Jackson na saga da Terra-Média), eis que surge Radagast e as
águias, isso mesmo, completamente inspirado no canal Como Deveria ter
Terminado, o desfecho da guerra é protagonizado pelas águias.
Sem explicar o desfecho
dos anões, elfos e homens, o longa se encerra com o retorno de Bilbo ao
Condado, aquele lugar é realmente nostálgico, mas deveria ter sido mais bem
explorado, por exemplo, a história do Hobbit é realmente pequena compara ao
Senhor dos Anéis, eu acredito que Peter Jackson falhou demais ao transformar a
saga em uma trilogia, houve momentos em que ele esticou tanto, como nos dois
primeiros filmes, que no terceiro não tinha mais história para ser inventada ou
capítulos do livro para ser colocado, a prova disso é que o terceiro filme é
bem menor na duração comparado aos dois primeiros, faltou coerência do diretor.
Talvez os cartazes tenham sido o ponto alto da trilogia. (Divulgação - Sala Reclusa) |
Observo um declínio
considerável na saga, tivemos Uma Jornada Inesperada excelente, sem dúvidas
nota 10, passando para A Desolação de Smaug bem mais fraco, pecando em vários
aspectos, avaliei como nove, você pode conferir a crítica do segundo filme em A Desolação de Smaug - Resenha Crítica, chegando até um decepcionante A Batalha dos Cinco Exércitos, não tinha
como deixar passar o final trágico do segundo encontro de Peter Jackson com a
Terra-Média, poderia ter sido melhor trabalho e desenvolvido. Apesar disso, o
filme é um sucesso de bilheteria, vai vender muito e Jackson seguirá com o aval
para adaptar mais histórias, é uma pena!
Nota:
8,0.
Grande abraço!
Grande abraço!