sábado, 13 de dezembro de 2014

Garota Exemplar – Resenha Crítica

Mais um Best-seller que é adaptado para o cinema, Garota Exemplar foi lançado em 2014 e, dirigido pelo norte-americano David Fincher (Clube da Luta e a Rede Social), lembrando também que o livro foi escrito Gillian Flynn, escritora americana que tem Garota Exemplar como seu carro-chefe, o principal produto. Bem, recebi a indicação do filme e confesso que não conhecia a história, portanto a crítica será única e exclusivamente sobre o novo longa, ficarei devendo sobre o livro... Por enquanto!
Garota Exemplar entra forte na disputa por prêmios da Academia. (Divulgação)
Amy Elliot-Dunne, estrelado por Rosamund Pike (e que atuação!), é uma jornalista que encontra em Nick Dunne tudo que ela esperava em um relacionamento, é impressionante a sintonia do casal nas cenas contadas pelo diário da Amy. Como de costume, Destaco a atuação para lá de decepcionante de Ben Affleck, mais uma vez, o vencedor do Oscar de melhor filme por Argo não convence e deixa o personagem de Nick para lá de entendiante, seco e sem emoções, uma pena para uma história tão espetacular.

Seguindo com a história, Amy e Nick vivem perfeitamente em Nova Iorque, porém, como em todo casamento, os problemas chegam logo de uma vez e os dois acabam desempregados, problemas financeiros e a saúde debilitada da mãe de Nick fazem com que o casal se mude para o Missouri. Na cidade, as máscaras vão cair e a história vai se desencadear de maneira supreendente, o casal extrapola nas discussões e nos demais problemas conjugais, resultando em uma Amy solitária e em um Nick adúltero, vai tudo de mal e pior.

Prestes a completar cinco anos de casados, Nick vai ao encontro de Margo (Carrie Coon) , sua irmã, em meio a conversa, ele recebe a ligação de que seu gato está na rua e a casa está aberta. Ao regressar, Nick percebe que Amy sumiu e que sua vida está prestes a mudar de maneira impressionante. Após noticiar a polícia, entra em cena mais uma boa atuação do filme, a detetive Rhonda Boney (Kim Dickens), que junto com Nick, vão analisar a problemática do sumiço da esposa “depressiva”, lembrando que Amy deixou pistas sobre seu paradeiro.

“As características dos sociopatas englobam, principalmente, o desprezo pelas obrigações sociais, leis e a falta de consideração com os sentimentos dos outros. Eles possuem um egocentrismo exageradamente patológico, emoções superficiais, teatrais e falsas, pobre ou nenhum controle da impulsividade, baixa tolerância para frustração e derrotas, baixo limiar para descarga de agressão física, irresponsabilidade, falta de empatia com outros seres humanos e animais, ausência de sentimentos de remorso e de culpa em relação ao seu comportamento.” Após longos minutos... Sim, um dos pontos negativos do filme é a extensão e a demora para a resolução de alguns problemas, demora muito para mostrar que Amy, na verdade é uma sociopata e que armou planos malucos em todos os seus relacionamentos passados, o alvo da vez era Nick, o seu marido dos sonhos.

Contra Nick, Amy armou sem dúvidas o maior e melhor de seus planos, deixando pistas que comprovavam a culpa para o marido adúltero, violento e homicida, fazendo até mesmo com que Margo fosse considerada cúmplice. Nesse tempo, um fato que eu destaco e que me deixou bastante satisfeito ao assistir o longa foi o modo como a mídia tratou e trata dos casos, de um lado, Ellen Abbott (Missi Pyle) defensora da mulher e que joga Nick contra a população, o culpando e exigindo pena de morte sem mesmo ter provas, puro sensacionalismo. Do outro lado, entra em cena Sharon Shieber (Sela Ward), apresentadora da concorrência que nada contra a corrente e dar chance a Nick para a retratação, o jogo midiático influencia do início ao fim, influenciando até mesmo a pessoa mais indecifrável e complexa da história, a Amy Exemplar.

Além da imprensa tomar as rédeas do desfecho do caso, dois outros personagens são cruciais e importantes, primeiramente, o advogado Tanner Bolt (Tyler Perry), especialista na defesa dos maridos, com certeza ele teve o caso mais difícil de sua carreira. Depois, Desi Collings, um ex-namorado de Amy que jamais a esqueceu e, louco apaixonada cai no erro de tentar compreender a Garota Exemplar e a auxilia no plano de fuga, Desi cede sua casa para a loira e os dois tem um breve caso. Destaque para Neil Patrick Harris em uma atuação onde ele larga as origens e manda muito bem no drama, pobre do eterno Barney é que o fim do seu personagem é trágico, uma morte em pleno ato sexual, a Amy Exemplar não aliviou para o milionário e, com um estilete, corta a garganta do rapaz, uma cena bastante tensa, afinal de contas não tem como resistir a beleza da moça.

O final mantém a espetacularidade do filme, Nick consegue sensibilizar Amy, que após arma um sequestro dentro do próprio sumiço, retira a culpa de Nick e a joga para o então defunto Desi, a garota não é só exemplar, é inimaginável, ela não deixa rastros, retorna intacta para os braços do amado e sobrevivem as turbulências do casamento. Pois bem, após finalizar a história bem resumidamente, destaco os pontos de me chamaram atenção, começando pela atuação espetacular de Rosamund Pike, sabe aquelas atuações que se tornam verdadeiros clássicos? A Amy da Rosamund tem tudo para ser eternizada, agora já dá para afirmar que a atriz vai realmente ganhar o mundo com sua profissão, Fúria de Titãs ficou para trás, amém!

Enquanto Rosamund Pike ofusca as demais atuações, temos Ben Affleck estragando o personagem Nick Dunne, ele segue sem emoção, não dá para deduzir que ele realmente queria ficar com a esposa psicopata no fim do filme, parece mais que termina dominado pela Amy e fica pressionado a ficar com ela, enquanto na verdade ele queria estar com ela, porque ele é obsecado por ela, um tipo de compatibilidade indescritível, pelo menos por mim que não tive muitas experiências em relacionamentos, mas o casal é sensacional. Além disso, o personagem de Nick é um cara muito cobrado, do tipo de homem que quer agradar a todos para assim ser bem aceito na sociedade, Affleck não consegue passar isso durante as 2 horas e 40 minutos de filme, como esse cara arruma contratos excelentes e papeis tão importantes? A resposta é um mistério e vida que segue.
Atuação épica de Rosamund, um pouco do fraco Ben Affleck e
o jogo midiático que o filme propõe. (Sala Reclusa)

Como ponto negativo, repito o que já mencionei, o filme fica um pouco cansativo por demorar a definir o foco principal, eu fiquei ansioso pelo desfecho da história e quando ele é anunciado, ainda há mais minutos que enlongaram o longa. Apesar disso, é sensacional como Fincher dividiu as cenas em etapas, no caso, os dias em que ela estava desaparecida, os dias que antecederam o caso, a época em que eles se conheceram e se começaram a relação e os dias em que ela voltou a viver com Nick, ou seja, esse é realmente o filme e eu que pensava que não teríamos um candidato forte na briga pelo Oscar 2015, Garota Exemplar com certeza dará trabalho para a Academia e Rosamund Pike tem tudo para liderar a fila do filme, David Fincher também pode entrar forte na disputa em direção. Se o filme não fosse tão bom, Ben Affleck poderia beliscar o Framboesa de Ouro, que pena, nem isso ele vai conquistar.

Até a próxima!

Nota: 10,0.