Olá, amigos da Sala
Reclusa! Após um ano de expectativa para ver o que realmente aconteceu naquele
season finale da primeira temporada, eis que chegou a segunda temporada de Da
Vinci’s Demons. A fictícia série sobre um dos maiores artistas da história da
humanidade dar um tom de heroísmo e misticismo ao italiano, a Starz acertou na
escolha do pintor, mas os Demônios de Da Vinci ficam muito atrás do épico
Spartacus (série que elevou o patamar da produtora), embora a atual série seja
muito boa.
A segunda temporada resolveu alguns mistérios, mas ficou devendo em alguns aspectos. (Divulgação) |
A segunda temporada é
realmente interessante, mas a ausência do melhor personagem da série é muito
sentida, Giuliano Medici (Tom Bateman) fora morto no último capítulo da
primeira temporada, de forma heróica e, sinceramente, sendo muito lamentado, o
personagem foi o destaque da primeira temporada e seria fundamental para a nova
temporada. Ele era um personagem bem mais legal que o seu irmão, Lorenzo de'
Medici (Elliot Cowan), sem falar que na história real, Giuliano realmente
morreu em combate contra a invasão dos Pazzi, mas na época do ataque, ele já
era o rei de Florença, na série, o caçula sempre foi ofuscado pelo irmão
orgulhoso e arrogante.
Em relação ao artista, é
verdade que Da Vinci sumiu por um bom tempo em sua juventude, mas boatos dizem
que o italiano se refugiou na Síria, em solo asiático, na série de TV, Leo
viaja junto aos seus amigos até o Peru, ou seja, ele descobriu a América muito
antes de Colombo. Realidade e ficção a parte, a busca incessante pelo livro das
folhas é sensacional, a obsessão do artista e do seu arquirrival Girolamo
Riario (Blake Ritson) é intrigante, os dois são muito parecidos, embora Riario
abriria mão de qualquer coisa pelo livro, enquanto Da Vinci sempre se importou
com Nico (Eros Vlahos) e Zoroaster (Gregg Chillin). Os rituais dos Incas são
bastante brutais como eu já havia ouvido falar, é verdade que essa segunda
temporada foi bem mais violenta, muito mais do que a primeira que apelou bem
menos.
Enquanto Da Vinci e seu elenco
de apoio segue em terras latinas, Lorenzo vai a Nápoles tentar salvar Florença
que foi excomungada pelo Papa “fake” Sisto IV (James Faulkner), o rei encontra
vários problemas na cidade, primeiro porque ele não encontra a simpatia nem
amizade com o rei e o príncipe napolitanos, todavia, ele reencontra a princesa
da cidade e seu antigo amor, é verdade, Lorenzo já soma três mulheres em apenas
duas temporadas. Em Nápoles, a série correu bastante, mas a vida de Lorenzo e
Piero ficou bem interessante, mostrando que realmente ele se sacrifica pelo seu
povo, é por isso que ele sobrevive ao insano rei napolitano.
Não superando a primeira, a segunda temporada também foi excelente. (Divulgação) |
A fictícia Lucrezia Donati
(Laura Haddock) segue para Constantinopla a mando de seu pai, o verdadeiro
Papa, porém, seus planos são criar uma guerra entre as duas maiores religiões
da época para desmascarar o homem que roubou o trono papal do verdadeiro
enviado de Deus, muita política e intriga familiar, uma das cenas mais
chocantes é quando Sisto assassina a irmã caçula de Lucrezia, ferida que jamais
foi curada. Voltando ao Peru, eu confesso que estava muito ansioso por ver o
tão comentado livro das folhas, mas o bendito ainda não apareceu e,
infelizmente, a viagem do artista ao Peru só revelou duas coisas, primeiro, o
livro existe e sua mãe o tirou de lá, segundo, ela se envolveu com o personagem
que desponta como o grande vilão de Da Vinci, superando até mesmo o Papa Sisto
e Riario, Carlo de Medici (Ray Fearon), que retoma Florença ao ganhar confiança
da solitária rainha Clarice Orsini (Lara Pulver), cenas de adultério também
estão presentes, sexo explícito que a Starz sabe como fazer.
O fim é tão empolgante
quanto o fim da primeira temporada, a guerra entre Istambul e Roma está
instaurada, logo no momento em que Da Vinci chega a Nápoles em busca de um novo
barco para viajar até Constantinopla. Todos juntos, Lorenzo, Lucrezia,
Zoroaster, o Papa Sisto contra um novo inimigo, é impressionante como religião
faz com que as pessoas briguem por tais posses, fica muito claro na série,
apesar de ser ficção, é mais ou menos como acontece na vida real. Nico se
revela Maquiavel, Vanessa (Hera Hilmar), enfim dá a luz ao herdeiro direto de
Florença, se tornando a rainha regente com as saídas de Clarisse e Lorenzo,
Riario é recrutado por Carlo para buscar o livro das folhas, a nova temporada
parece que será mais tranquila, sem tanta correria como foi nesta segunda. Da
Vinci arma Nápoles contra o Império Constantinopolitano, só que a temporada
termina de maneira genial quando Piero, o seu pai, observa com a luneta que a
mãe de Leonardo está na guerra em prol dos turcos, freando nossa empolgação
quando observamos os créditos passando e a produtora dizendo que voltam no ano
que vem.
A segunda temporada foi
muito boa, para mim porém, não conseguiu ser melhor que a primeira, é verdade
que menções a Monalisa e ao Da Vinci como todos conhecemos por imagens, aquele
velho cabeludo e barbudo me deixou bastante animado com que vem por aí. A
ausência de Giuliano (como já mencionado) fez o elenco carecer de uma figura
heróica, isso porque Tom Riley incorpora Da Vinci de forma tão convicta que nem
tem tanto tempo para atos de heroísmo. O elenco, no geral, tem dificuldades em
encontrar alguém que faça me apegar, muitas dúvidas em torno de quase todos os
personagens, afinal de contas, Leonardo luta em favor de quem e ele realmente
ama uma mulher? Lorenzo realmente confia nele? Lucrezia ama Leonardo ou se
profissionalizou na prostituição? Riario foi transformado em um monstro a fim
de quê? Carlo é o grande vilão da série? São muitas perguntas para a Starz e
Tom Riley responder, os dois terão que tomar muito cuidado para não se perder
com o andar da série, qualquer erro pode custar caro, apesar disso, a terceira
temporada já está mais do que garantida, já estou bastante ansioso para mais
dez episódios de Da Vinci’s Demons.
Sem Giuliano, a série perdeu, confira alguns personagens da segunda temporada. (Sala Reclusa) |
Nota:
8,0.