segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Rush: No Limite da Emoção – Resenha Crítica

Olá amigos! O fim da temporada da Fórmula 1 me motivou a vir aqui escrever sobre o filme de esporte do ano, Rush: No Limite da Emoção conta a história da rivalidade entre Niki Lauda e James Hunt numa das temporadas mais emocionantes da história do automobilismo. O livro Corrida Para Glória explica melhor o que foi a rivalidade de Lauda e Hunt, mas o diretor Ron Howard foi o escolhido para levar essa história às telonas.
Cartaz Oficial. (Califórnia Filmes)

O filme começa mostrando uma corrida válida pela GP2 (uma espécie de segunda divisão da F1) em que Lauda liderava a prova, mas se chocou com o carro de Hunt e acabou sendo derrotado pelo rival, iniciando assim, uma disputa para ver quem era o melhor. Niki Lauda, austríaco, sempre foi apaixonado por automobilismo, um intelectual do assunto, chegou a Fórmula 1 em 1971. Muito talento o levou para a Ferrari, pela escuderia italiana, Lauda ficou famoso por praticamente montar o carro e ser cérebro e motor de arranque na temporada de 1975, ficando extremamente famoso.

James Hunt, britânico, chegou a Fórmula 1 em 1973, passando perrengues no início, mas sua raça o levou para a McLaren, onde ele protagonizaria a temporada de 1976. Seguindo com o filme, a rivalidade fica bem nítida, o papel de Niki Lauda ficou com o Daniel Brühl, espanhol que participou de Bastardos Inglórios, quem interpretou Hunt foi nada mais nada menos que o Thor da geração atual, Chris Hemsworth.

Cenas muito bem feitas que no levam para 1976.
(Califórnia Filmes)
Com a temporada de 1976 a todo vapor, vemos várias discussões sobre quem era o melhor, Lauda levava uma pequena vantagem, até que veio o Grande Prêmio da Alemanha, o ápice daquela temporada, o momento crucial do filme. Lauda convocou uma reunião momentos antes da corrida, pois chovia bastante e o risco de acidente era grande, muitos pilotos foram a óbito naquela época. A rivalidade fez a corrida acontecer, Lauda acabou sofrendo um dos maiores acidentes da história da Fórmula 1, sofrendo graves queimaduras, cenas chocantes que foram transmitidas para o cinema de maneira muito bem feita.

Por fim, Hunt levou vantagem graças ao tempo que Lauda ficou no hospital, entre a vida e a morte, só voltou no último GP, em que Hunt necessitava ficar na quarta colocação, caso Lauda não pontuasse. É aí que vemos uma mistura de emoções, Lauda percebe que a pista no Japão também está encharcada e lembra dos terrores que viveu por conta da F1, ele lembra da sua fiel esposa e vê que a vida valia mais que uma temporada. Hunt foi o campeão, a temporada de 1976 foi uma das maiores de todos os tempos.

Fora a atmosfera de corrida, cenas que são muito bem passadas no longa, o filme retrata a vida pessoal dos pilotos, de um lado, Niki Lauda e seu jeito certinho e arrogante que deixa qualquer telespectador enjoado do austríaco. Por outro lado, o estilo playboy de James Hunt o faz ganhar o carinho do público, no fim desta temporada, o triunfo do britânico foi muito festejado. No fim do filme, uma conversa dos dois pilotos me chamou muita atenção, isso porque é visível que Lauda não tinha uma grande rivalidade com Hunt, pelo contrário, ele mesmo afirma que o piloto era um dos únicos que ele admirava e deixa uma frase no ar, aquela que leva qualquer fã de cinema e de automobilismo a se emocionar: “Um homem sábio aprende muito mais com seus inimigos do que um tolo com seus amigos.” Sem palavras para descrever a minha emoção.
Confira a semelhança dos atores com os pilotos e veja como ficou Lauda após o acidente. (Sala Reclusa)

Por fim, após me emocionar com mais uma obra-prima do cinema mundial, fui rever um pouco da história dos dois pilotos e vi que na verdade, eles realmente não eram rivais, contrapondo a ideia do filme, os dois chegaram a morar juntos no início da carreira, a cena do choque entre os carros no começo do filme também não existiu, como também a briga entre Hunt e um repórter, após o mesmo encher o saco de Lauda na coletiva. Contudo, o filme foi muito bem passado para o cinema, cenas bem feitas que levam qualquer fã de Fórmula 1 se sentir em 1976, rever a disputa entre Lauda e Hunt, um filme espetacular, o melhor do gênero no ano de 2013.

Nota: 8,0.

PS: Essa crítica é em homenagem a James Simon Wallis Hunt, o grande campeão da temporada 1976 da Fórmula 1, que veio a falecer em 15 de junho de 1993, vítima de um ataque cardíaco.