domingo, 10 de novembro de 2013

O Homem de Aço - Resenha Crítica

É um pássaro? É um avião? É um drone não-tripulado espião do Obama? Não! É o Super Homem!!!


"Homem de Aço" é a nova tentativa de salvar o kryptoniano mais famoso da galáxia e colocá-lo de volta ao seu lugar de merecimento, como um dos super-heróis mais importantes que existem. Para tanto, o diretor Zak Snyder ("300") foi escalado, com o objetivo de redimir o Super Homem da catástrofe que foi "Super-Homem: O Retorno".


Em primeiro lugar, "Homem de Aço" se propõe a ser um filme emocional e introspectivo, é fácil perceber que a película é mais adulta e pretende atingir um público que acompanhou Clark Kent em suas jornadas, durante a vida. Falando em Clark, aliás, chega de chorumelas quanto ao passado do herói! Se você quer dissecar a vida do fazendeiro Kent, suas relações pessoais com personagens insignificantes ou feitas da maneira errada, pode ficar com Smallville. Só o que pode ser considerado relevante foi tratado aqui.




Começando pela descrição mais profunda e concisa já feita sobre Krypton, misturando temas anteriores e já conhecidos com novidades e criações que me soaram exemplares. Claro, os efeitos aplicados ao planeta não fogem muito à regra do que vem sido feito hoje em dia. Imagine uma mistura de Pandora do abominável "Avatar" com Asgard do "Thor" da Marvel - e prefiro não me manifestar sobre a aberração que considero esse filme - mas ainda ainda um toque de Tatooine ou algo do tipo me fez sentir confortável com o planeta Krypton que eu assistia. Ali, vale considerar a interpretação memorável de um dos atores mais sensacionais da atualidade, Russel Crowe!!! Não via uma atuação assim do australiano, desde seja lá qual foi o seu último filme que assisti. E olha que Jor-El foi imortalizado pelo fantasma de Marlon Brando, que foi até utilizado no lamentável filme anterior. Um insulto à alma do Padrinho, que ficou muito puto com isso tudo lá da sua suíte no inferno. Maldito Bryan Singer!

Explicada a questão do desastre energético ambiental cometido no planeta, somos transportados para a Terra, onde conheceremos o gigantesco Clark Kent vivido por Henry Cavill. Olha, digam o que for, mas eu achei o cara perfeito para o papel, e ele se saiu muito bem, com cueca por cima da calça ou não. Bem melhor que o anterior Brandon Routh, e certamente melhor do que Tom Welling, de Glee, digo, Smallville. A essa altura Kent já se encontra em uma jornada espiritual para descobrir seu papel na terra, o que fazer da vida e como arrumar um emprego em que seja permitido esmurrar caminhoneiros para aliviar o stress. O tempo inteiro somos confrontados com cenas da sua infância e adolescência, que nos levam a entender a descoberta dos seus poderes e como foi ensinado por Kevin Costner Kent a ser gentil com quem lhe aplica bullying e a não usar a sua visão raio-x no banheiro das meninas.


A cara da Mary Jane da Kirsten Dunst, 
mas muito melhor apenas por não ser ela!
Costner se sai bem no papel de Jonathan Kent, bem melhor do que Diane Lane aliás que é... basicamente... esquecível.  É mais ou menos por aí que conhecemos a nossa nova Lois Lane, vivida por uma das queridinhas de Hollywood, Amy Adams. Devo dizer, a atriz não é uma mulher fatal ou um estereótipo de mulheres arrasadoras do cinema que vemos hoje em dia. Mas ela é fofinha e determinada, talvez como Lois deveria ser. Acho que ela se sai bem no papel que lhe deram, uma jornalista que não é lá muito hippie, já ganhou um Pulitzer, não tem família ou amigos e nem se dá exatamente bem com o chefe, ou o cara da internet, ou a polícia, ou o exército. Por Deus, mulher, o que há de errado com você?

Já se utilizando dos seus super poderes de onipresença, Lane se dirige a uma descoberta extraordinária de que ninguém fica sabendo, além dela. Uma nave espacial enterrada nas profundezas do Canadá, o que explica porque ninguém deu a mínima. Aliás, se eu devo criticar algo com veemência em Man of Steel, é o fato de que Lane viaja pelo mundo como se tivesse uma super velocidade kryptoniana, mas eu falo disso depois. É lá que acontece o encontro entre os dois mocinhos, e nada une duas pessoas como a cauterização de uma ferida à luz de velas. 

Após um montão de flashbacks - como a morte de Jonathan Kent, que mostra que até Kevin Costner pode sofrer de maneira idiota com cenas idiotas, apesar de emocionante - intercaladas pelas novas aparições de Jor-El como mentor de Clark, mostrando que, se possível, escolha Russel Crowe, e não Kevin Costner, como seu pai. É aí que encontramos novamente o temível, mas nem tanto, General Zod. É, ele já tinha aparecido na cena das férias no apocalipse, em Krypton.  Zod, tem um profundo senso de identidade e honra, e busca a todo custo reviver os tempos áureos do seu planeta, algo que não conseguiu antes, quando foi banido para o Acre, e que tenta novamente, dessa vez no planeta Terra.


Zod, vivido por Michael Shannon, não está sozinho, como todo líder fascista que se preze, mas de toda a sua quase totalmente irrelevante trupe, extraímos a mulher mais marcante do filme. Antje Traue vive Faora, crente na ideia do retorno triunfal de krypton e determinada em sua crueldade e frieza. Com uma preparação militar invejável e um rosto lindo, Faora tem um destaque de respeito, sua cena de luta com o Super Homem é memorável.

Muita conversa fiada, muita tecnologia e muitas aparições mágicas da Lois Lane mundo afora depois, enfim o embate final se dá, entre Zod e Clark. Poucas vezes na vida, talvez nem em "Vingadores" se viu tanta destruição em uma cidade numa única luta. - Talvez apenas os Megazords dos Power Rangers da Saban fossem capazes de tamanha proeza. - Mas, por outro lado, podemos destacar o excelente trabalho de evacuação feito pela polícia de Metrópolis, que esvaziou a cidade em poucos minutos, deixando para trás apenas os jornalistas mais lerdos da galáxia. 

Homem de Aço é um filme excelente, um dos melhores do gênero, que já anda saturado atualmente. Demonstra um Super Homem renovado, livre do desgaste que sofre, já há alguns anos. Não é ainda uma obra-prima, tem alguns buracos e alguns momentos irritantes, mas nem todo mundo vai fazer obra-prima, logo de cara. Espero que  Batman vs Superman não estrague um personagem promissor como o de Cavill - sim, temo muito por essa empreitada - para que possamos apreciar o seu amadurecimento natural.

Nota: 8/10